A liturgia é prática. Começa-se por apresentar, introduzir, ler, cantar, proclamar, explicar e rezar, até aos anúncios finais. O que gravamos disso tudo, a palavra que ficou a remoer, é que pode ser Palavra de Deus para nós. Precisamos de um espaço p’ra fazer isso. Se for só p’ra proclamar deixamos de contar historias como os judeus.
De seguida, chama-se o Espírito que desce, mas não desce sozinho; traz Jesus pela mão para O esconder na flor da farinha e O tornar acessível a quem tenha fé. Ficamos sempre contentes por Eles descerem assim e, com os corações ao alto, vamos p’ra Deus. Precisamos de um espaco p’ra fazer isso.
Eu acho que pode ser qualquer coisa que esteja aberta à descida e disponível à subida, sei lá, um altar, uma mesa, um vaso! Os espaços recortados dos altares dão, por exemplo, a ideia de movimento. Até pode ser um quadrado com um chapéu por cima - o baldaquino - como em Roma, ou com umas pinturas, como na Catalunha, ou então com uns arcos em ogiva - os americanos gostam muito. Nós apontamos tudo p’ró Ceu… e p’rá descida do Ceu!
E, depois, quando aquilo tudo termina e ficamos sozinhos, e percebemos que aquele é p’ra ler e aqueloutro é p’ra descer e fazer subir, continuam a funcionar.
A liturgia é prática, é função. Ou funciona ou não funciona. A função aguça a arte, como a audácia, o engenho. Posso gostar ou não gostar, mas apenas depois de perceber que funciona quer esteja em grupo, quer esteja sozinho. Posso não gostar das peças da Notre Dame mas percebo para que é que servem.
É só isso.
Ps. Saudo as paróquias de Alcanena e de Monsanto, com alegria, amizade e fé, e, de modo particular, o Espinheiro, terra da Sra da Encarnação, onde retorno surpreendido e contente! Vou com tempo para ser quem sou, para deixar as pessoas serem quem são, nos lugares onde se sentem bem, e onde possam ajudar melhor. O caminho é p’ra Cristo e a missão é a forma de lá chegarmos!
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